sábado, 22 de janeiro de 2011

Falta um norte na política do Ceará.

Virgílio Távora foi um grande líder na política cearense. Os que o conheceram dizem que ele era um visionário. Sonhava um Ceará do futuro. Liderou o primeiro e o segundo governos planejados na História do Ceará – Plameg I e II. E fez. Instalou o Distrito Industrial, trouxe energia elétrica, construiu estradas e moradias populares. Enfim, inaugurou o desenvolvimento por estas bandas do Brasil. Havia uma determinação clara. Poder para fazer isso.

Mais recente Tasso Jereissati liderou um grupo político-empresarial que igualmente tinha um projeto para o Ceará. O tal “Governo das Mudanças”. Uma proposta neoliberal, centrada na força do capital, com algumas nuances sociais. Ficou no poder e conseguiu mostrar esta política de forma bem clara. Propunha um norte para o nosso Estado.

Pode-se divergir de Virgílio e Tasso. Que suas opções e estratégias eram equivocadas. Mas eles buscavam impor modelos e por eles se empenhavam. Daí a formação de blocos políticos hegemônicos que os apoiavam. Queriam o poder e sabiam o que fazer dele.

Agora, o Ceará está com outro comando que revela uma autoridade fechada. Tudo e todos devem estar a favor. Ai de quem divergir! Essa semana tivemos vários exemplos: conflito em relação ao meio ambiente, ao Acquario do Ceará e mesmo a escolha do presidente da Assembleia. Tudo é decidido por um grupo fechado, instalado no Palácio da Abolição. Tudo vem mastigado e o resto da tropa não pode chiar.

Mas quando a gente pergunta: e essa liderança quer fazer o quê no Ceará? Quais são os grandes projetos? Por que se mobiliza e se manifesta com tanta força e superioridade?

Após um mandato – quatro anos no poder – um analista mais atento não consegue ver as cores desse projeto. É um arco-íris. Move-se conforme as circunstâncias e o espetaculoso (vide episódio das Hilux para enfrentar os problemas de Segurança Pública. Ou um aquário milionário e um aeroporto internacional em Jericoacoara para impulsionar o turismo…).
Fantásticos e inúteis. A História se repete em farsa.
Antonio Mourão Cavalcante
Fonte: Blog do Eliomar

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